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segunda-feira, 24 de março de 2014

UM BRAÇO LUXADO E O AMOR DE PAI- Uma reflexão na sala de espera de um hospital



Nessa semana estava brincando com minha filha, fazendo-a voar pendurada pelos braços e acabei luxando um dos seus bracinhos. Isso porque já havia sido avisado que poderia deslocar um dos seus ossos com esse tipo de brincadeira.

         Quem me conhece, e sabe o quanto sou preocupado com minhas filhas, pode imaginar como eu fiquei ao vê-la com o bracinho quase imóvel por alguns instantes. Algumas horas depois, estávamos no hospital, na sala de espera, aguardando enquanto ela era atendida. Não tive coragem de entrar no consultório médico por dois motivos: não aguento ver minha filha sofrer e não queria levar bronca do médico pelo que tinha feito.

         Enquanto esperava, e curtia meu sentimento de culpa, comecei a refletir sobre a dor de um pai ao ver seu filho sofrer. Alguém já disse que nenhum pai deveria enterrar seu filho, pois essa é um dos piores sentimentos dessa vida.

         Isso me levou a pensar no nosso Pai. Ele entregou Seu Filho para sofrer na cruz. O sofrimento que causei na minha filha foi bem pequeno. Ela mal chorou. O sofrimento que Deus impôs a Cristo O fez suar gotas de sangue de angústia (Lc 22:44), e a tortura que sofreu O levou a morte. Eu fiz minha filha sofrer por um erro meu. O Pai fez Seu Filho sofrer por nossos erros (II Co 5:21; I Pd 2:22-24).

         Sem dúvida, o momento mais difícil para Deus, foi quando Ele virou as costas para Seu próprio Filho, no auge do Seu sofrimento, pois naquele momento todos os nossos pecados estavam sobre Cristo(Mt 27:45-46). É como se eu luxasse o braço da minha filha, e na sua dor eu a deixasse sozinha. Mas Ele fez isso por maldade? Não! Ele fez isso, primeiro, porque não pode contemplar o pecado; e Jesus, na cruz, carregou o pecado de toda humanidade. E segundo, Ele fez isso por amor! Por amor aos pecadores! Pois Seu Filho pagou o preço que ninguém mais poderia pagar! E todo que nEle crer, não precisará pagar!

         Minha esposa tentava me consolar, lembrando que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28). Bom, a luxação do braço da minha filha, me fez entender melhor um versículo que sei de cor desde criança:

"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3:16)

         Deus entregou Seu Filho para sofrer por amor! Eu teria muita dificuldade de deixar minhas filhas sofrerem por alguém. Mas Deus permitiu que Ele sofresse por todo mundo, e isso inclui aquelas pessoas que você deseja que sofram no inferno:

Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo. (I Jo 2:2)

         E isso me faz pensar: se Ele me amou, a ponto de entregar Seu precioso Filho para sofrer em meu lugar; isso prova que tudo o que Ele faz em minha vida, é sempre por amor! Inclusive quando me permite passar por momentos difíceis!

Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas? (Rm 8:32)

         Ao avaliar o tamanho do amor do Pai sob essa perspectiva, fica também mais fácil compreender o porquê da condenação eterna daqueles que rejeitam tamanho amor!

Então, o que será que vai acontecer com os que desprezam o Filho de Deus e consideram como coisa sem valor o sangue da aliança de Deus, que os purificou? E o que acontecerá com quem insulta o Espírito do Deus, que o ama? Imaginem como será pior ainda o castigo que essa pessoa vai merecer! (Hb 10:29- NTLH)

         Honra, glória e louvor sejam eternamente dados ao Deus que tanto nos amou!


Pr. Ricardo

terça-feira, 18 de março de 2014

IDE E FAZEI DISCÍPULOS (NÃO APENAS NOVOS CONVERTIDOS)- Por que ignoramos esse mandamento?


Não é triste ver crianças abandonadas? Não é terrível ouvirmos notícias de bebês largados no lixo? Não revolta ver pais que poderiam dar mais atenção aos seus filhos, mas por causa da ganância e soberba, deixam a educação por conta da escola e da mídia, para trabalhar?

            Mas isso não se aplicaria também à vida espiritual? Existem pessoas novas na fé, crianças espirituais, largadas “à própria sorte”! Como? Ninguém as discipula!

            POR QUE TEMOS TANTA DIFICULDADE DE DISCIPULAR?

            1) PORQUE NÃO SABEMOS O QUE É DISCIPULADO!

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. (Mt 28:19-20)

Jesus subiu a um monte e chamou a si aqueles que ele quis, os quais vieram para junto dele. Escolheu doze, designando-os como apóstolos, para que estivessem com ele, os enviasse a pregar e tivessem autoridade para expulsar demônios. 
(Mc 3:13-15)

            Discipulado é andar junto. É estudar a Palavra (toda Palavra) e viver junto a vontade de Deus. Não se resume a uma hora semanal de estudo, sentado em uma cadeira, mas, além disso, andar junto, no banco, na padaria, em uma visita ou no hospital, para ver e fazer na prática! É conversar enquanto anda!

            Minha vida foi transformada pelo discipulado! Lembro de passar horas conversando e estudando com meu discipulador. Mas realmente lembro de pouca coisa do que ele falou (espero que ele não leia isso). O que marcou foram suas atitudes. Eu o acompanhava nas visitas da escola, dormia em sua casa, viajava ao seu lado e jogávamos basquete juntos! Foi nessa convivência que aprendi amar a Deus.

            2)PORQUE NÃO NOS SENTIMOS CAPACITADOS.

             Isso, talvez, porque não nos esforçamos para crescer na Palavra. Mas depois de ser discipulado, comecei a discipular com 15 anos. Era um perito na Bíblia? Não! Mas fui crescendo no processo de discipular! Sabe como um garoto de 15 anos discipula? Na capacitação do Espírito Santo! Veja o que Jesus disse ao nos MANDAR discipular:

E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".  (Mt 28:20)

E disse-lhes: "Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados". (Mc 16:15-18)

Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra". (At 1:8)

     Deus nos chama e nos capacita para o discipulado.

            3) PORQUE NÃO AMAMOS.

Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. (Jo 13:1)

            Discipulado exige tempo e investimento. Se somos egoístas, vivendo nosso mundinho, não discipulamos. Cristo nos amou, deixando Sua glória nos céus, se tornou como nós, andou conosco, nos ensinou (a mente que criou o universo ensinando a mente limitada) e nos deixou o exemplo morrendo por nós!

            O discipulado exige doação. Mas traz resultados eternos. Veja como os 11 discípulos de Jesus impactaram o mundo naquela época.

"Esses homens que têm causado alvoroço por todo o mundo, agora chegaram aqui.” (At 17:6)

            E porque eles discipularam outros, o evangelho chegou até nós.

            Todo crente em Cristo é chamado a discipular! Jovens, discipulem os mais jovens. Senhoras, discipulem as moças (Tt 2:3-5). Pais, discipulem seus filhos (Dt 6:4-9). Discípulos de Cristo, imitem o Mestre, e discipulem! Marquem um horário na semana com alguém, para tomar um lanche, ler a Bíblia, conversarem e orarem juntos!

            Com certeza, se isso acontecer cada vez mais na igreja, teremos um grupo forte e espiritualmente saudável, para a glória de Deus (Ef 4:11-16)!

            Ide e fazei discípulos! Você obedece ou ignora esse mandamento?

Pr. Ricardo

terça-feira, 11 de março de 2014

VOCÊ INVESTE NA COMUNHÃO DA IGREJA? - Reflexões sobre o retiro


Eu cresci dentro da igreja. Desde cedo, na minha infância, eu frequento retiro das igrejas as quais eu pertenci. Não me lembro de nenhum período de carnaval que passei em casa. Mas sempre foram retiros com grupos da minha idade. Aqui, em nossa igreja é diferente. Nossos retiros envolvem a igreja toda, todas as idades. Isso é fantástico! Ver adolescentes conversando com adultos, jovens cuidando de crianças, e idosos participando das programações com os mais novos.

            Creio que esse retiro nos deu uma oportunidade de vivermos mais intensamente o que é o Corpo de Cristo, pois tivemos que conviver juntos por quatro dias, estudando a Palavra, trabalhando e nos divertindo juntos. Por isso, não tenho dúvida de que o retiro é um importante investimento de nossa igreja. Voltamos desse tempo mais animados e mais unidos!

            Por outro lado, como pastor, fico preocupado com aqueles que não participaram. Não quero dizer que quem não foi está em pecado, ou que não se importa com a igreja. Apenas quero causar uma reflexão: Por que não foi? A resposta e suas implicações devem ser tratadas com Deus.

Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum.
Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. (At 2:44, 46-47)

            Vemos na Palavra que a igreja primitiva vivia uma comunhão extraordinária! Comunhão significa participar da vida do irmão! Estarmos unidos! É sermos um em Cristo!

            Por isso fico pensando: será que os crentes daquela época não tinham outras responsabilidades como trabalho e família? Será que havia idosos, que não tinham tanta disposição e vigor físico? Será que havia pessoas com crises financeiras? Sim! Com certeza! Mas me parece, pela descrição do texto, que pertencer ao Corpo de Cristo era tão empolgante, que eles priorizavam o estar com a igreja. Eles abriam mão de gostos pessoais, de conforto, de outros compromissos para estarem com a igreja.

            A comunhão da igreja não é algo natural. Ela não nasce por acidente. Não! Ela é intencional! É preciso querer e investir para se alcançar a comunhão! É preciso abrir mão de algumas coisas para poder vivê-la! Uma igreja onde cada membro vive o seu mundinho, e se reúne uma ou duas vezes por semana, não vive a comunhão! É como tomar o mesmo ônibus todos os dias para o trabalho. Você encontra as mesmas pessoas sempre. Pode até cumprimentá-las, ou quem sabe ter uma conversa superficial, mas não tem comunhão. Não sabe o que elas passam em casa. Não sabe das lutas que lutam. São conhecidos, não amigos ou irmãos.

            Por isso me preocupo! Não podemos deixar nossa igreja se tornar um agrupamento de conhecidos, mas sim uma família! De fato, nossa igreja é conhecida pela comunhão! Muitos nos visitam e saem impressionados com o sentimento de família que cultivamos. Mas temo que nem todos têm participado disso. E como pastor, não posso conformar-me com isso. Alguns até acusam que não são bem recebidos, mas estes não se esforçam. Aparecem uma vez ou outra nas atividades da igreja e não dão oportunidades para que relacionamentos profundos sejam cultivados.
            Mais uma vez, não quero afirmar que quem não participou do retiro tem essa má intenção. Sei de alguns que realmente não puderam ir. Mas quero, com essa pastoral, refletir sobre como temos nos esforçado e priorizado a comunhão da igreja.
            Essa questão é tão séria, que uma das cartas mais duras da Bíblia, que trata da apostasia (abandono da fé), exorta seus leitores:

Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia. (Hb 10:25)

            Isso não se trata apenas do culto dominical. Mas de toda oportunidade que a igreja tem de estar reunida, como um retiro, que acontece uma vez por ano, sempre na mesma data.

            Que possamos crescer ainda mais na comunhão, para que a família seja mais unida, o Corpo de Cristo cresça forte e saudável, e Deus seja glorificado por isso!


Pr. Ricardo