Gosto de assistir a um programa na televisão, onde um chefe
de cozinha tenta ajudar a reerguer restaurantes à beira da falência. Ele sempre
tem uma crítica sobre os pratos que estão sendo servidos. Mas em um episódio
ele chegou a vomitar a comida que experimentou. Imagine como ficaram o dono e o
cozinheiro desse restaurante!
Nas cartas
de Cristo às sete igrejas da Ásia (Ap 2-3), vemos algo parecido. Ele faz uma
análise de cada igreja, e em quase todas elas são identificadas áreas que
precisam ser trabalhadas. Mas na última carta, Jesus tem náuseas do que vê.
Conheço as suas obras, sei que você não é frio
nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é
morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca. (Ap
3:15-16)
Aqui, a
causa da náusea é porque a igreja não é fria e nem quente, mas é morna. Alguns
dizem que isso se refere à igreja nem desprezar totalmente o evangelho (frio) e
nem vivê-lo com vontade (calor). É uma igreja indiferente (morna).
Outros dizem
que é uma referência ao contexto geográfico de Laodicéia, que ficava em um
circuito das águas. Havia cidades vizinhas com águas quentes, com valores
medicinais, e cidades com águas frias, um refrigério nos dias de calor. Mas as
águas de Laodicéia eram mornas, sem valores medicinais e de refrigério. Assim
era a igreja, sem utilidade para aqueles que buscavam um remédio para seu pecado
ou refrigério para uma vida sem esperança.
O que fica
claro no texto é a razão para essa igreja estar a ponto se ser vomitada pelo
próprio Senhor Jesus:
Você diz: Estou rico, adquiri
riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de
compaixão, pobre, cego e que está nu. (Ap 3:17)
A igreja era
orgulhosa e arrogante. Ela não reconhecia que precisava de ajuda. Talvez se
sentisse como modelo para outras igrejas. Mas a reação de Cristo mostra o
contrário.
Assim somos
nós quando nos sentimos espirituais. Começamos a comparar nossa espiritualidade
com a dos outros. Ouvimos as pregações bíblicas pensando em como será útil para
meu irmão ao lado. Não aceitamos nenhum tipo de crítica e repreensão. Nossa
boca não consegue proferir a palavra “perdão”.
Nosso
orgulho nos faz acreditar que está tudo bem no nosso casamento, na educação dos
nossos filhos ou no nosso relacionamento com Deus. Se identificamos algum
pecado, conseguimos justificá-lo ou jogar a culpa em outra pessoa ou circunstância.
Pedir ajuda? Jamais!
Esse tipo de
atitude causa náuseas ao nosso Salvador, por que o orgulho nos faz considerá-Lo
dispensável: não precisamos do Seu perdão, da Sua palavra, da Sua igreja, do
Seu poder, graça e misericórdia.
"Deus
se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes". (Tg 4:6)
"Não
são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim
para chamar justos, mas pecadores".
(Mc 2:17)
Por isso Cristo não fazia parte daquela igreja. Ele se coloca no texto
como alguém que está do lado de fora da porta, esperando a igreja reconhecer a
necessidade por Ele.
Eis que estou à porta e bato. Se
alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele
comigo. (Ap 3:20)
Em Sua graça
e misericórdia, Cristo espera abrirmos a porta de nossas vidas, com
arrependimento e humildade, a fim de, através de um relacionamento sincero com
Ele, permiti- Lo que mostre que não somos perfeitos, mas miseráveis, que apenas
nELe, seremos ricos e perdoados.
Para
refletir: você tem agido como a igreja de Laodicéia? Você reconhece sua
necessidade da graça e perdão de Cristo todos os dias e em todas as áreas? Como
isso é refletido no seu relacionamento com outras pessoas?
Os
sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração
quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás. (Sl 51:17)
Pr. Ricardo
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