Embora eu tenha sido exposto ao evangelho da
prosperidade mais cedo em minha vida, eu nunca pensei nele seriamente até ter
começado o seminário. Eu comecei a servir em igrejas locais durante meus
estudos, e fiquei espantado ao descobrir tantas pessoas sob meu cuidado
consumindo material do evangelho da prosperidade via diferentes formas de
mídia. Além disso, muitas pessoas pareciam ver seus relacionamentos com Deus
como uma relação quid pro quo (expressão latina: tomar uma coisa por outra). Ele era
tratado como um velho interesseiro celestial que existia para deixá-las
saudáveis, ricas e felizes em troca de serviços prestados.
No
início de minha carreira acadêmica, publiquei em um jornal teológico bastante
desconhecido um artigo chamado “The Bankruptcy of the Prosperity Gospel”
(A Falência do Evangelho da Prosperidade, em tradução livre).[1] Nele eu tentei
sintetizar minhas objeções iniciais à teologia da prosperidade, assim como (se
possível) dar direções básicas àqueles cercados pelo movimento do evangelho da
prosperidade. Para a minha surpresa, eu recebi imediato feedback sobre
minha curta publicação — tanto positivo, quanto negativo. De fato, eu continuo
a receber mais feedback sobre
aquele artigo do que sobre qualquer coisa que eu tenha escrito.
Essas
duas experiências me fizeram fazer a seguinte pergunta: por que cristãos evangélicos
são atraídos ao evangelho da prosperidade? E por que, em geral, tantas pessoas
se identificam com ele? Após alguma reflexão e investigação, a resposta à qual
cheguei foi surpreendente: o evangelho da prosperidade reside no coração de
todos os homens; o evangelho da prosperidade está até mesmo no meu próprio
coração.
Imagine
que você está dirigindo para a igreja em uma manhã fria e chuvosa, e para a sua
consternação, o seu pneu fura. Qual é o seu pensamento imediato? “Sério, Deus?
Estou indo para a igreja. Não há algum traficante de drogas ou um marido
abusivo que tu poderias ter afligido com um pneu furado?” Isso
é evangelho da prosperidade.
Ou
talvez você não receba aquela promoção no trabalho, seu filho fica doente, ou
você é injustamente criticado na igreja. Resultado? Você fica irritado com Deus
porque você foi negligenciado, afligido ou menosprezado. Isso
é evangelho da prosperidade.
O
próprio pensamento de que Deus nos deve uma vida relativamente livre de
problemas, e a raiva que sentimos quando Deus não age da maneira que cremos que
Ele deveria agir, mostram um coração que espera que Deus nos faça prosperar por
causa de nossas boas obras. Isso é evangelho da
prosperidade.
Pode
ser fácil para você apontar os charlatães espirituais na televisão, vendendo
suas indulgências modernas, distorcendo passagens bíblicas e nos prometendo o
melhor desta terra se simplesmente tivermos fé o suficiente na fé. Mas não se
esqueça que o que torna o evangelho da prosperidade tão atrativo é que ele
fornece atende aos desejos do coração humano decaído. Ele promete muito,
pedindo pouco. Ele cede à carne.
Embora
você possa ser maduro o suficiente para resistir ao evangelho da prosperidade
sistematizado dos autodeclarados provedores do movimento, não ignore o evangelho
da prosperidade latente que habita dentro de seu próprio coração. O verdadeiro
evangelho diz que o que quer que surja no caminho, Jesus é suficiente.
Ele é suficiente para você?
Por: David W. Jones é
Professor Associado de Ética Cristã no Southeastern Baptist Theological
Seminary.
Tradução: Alan Cristie.
Copiado
de: voltemosaoevangelho.com
Seguem alguns textos para reflexão sobre o tema:
"Saí nu do ventre da minha mãe, e nu
partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor
". (Jó 1:21)
Pois vocês são salvos
pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por
obras, para que ninguém se glorie. (Ef 2:8-9)
E, se é pela graça, já
não é mais pelas obras; se fosse, a graça já não seria graça. (Rm 11:6)
Aquele que lhes dá o
seu Espírito e opera milagres entre vocês, realiza essas coisas pela prática da
lei ou pela fé com a qual receberam a palavra? (Gl 3:5)
Pr.
Ricardo
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