Em 2008, um ladrão
invadiu uma padaria em Belo Horizonte e acabou apanhando do dono do
estabelecimento e de pessoas que passavam no local. Já preso, o ladrão entrou
com um processo contra o dono da padaria por danos morais. Em 2011, um
prisioneiro romeno processou a Deus por não tê-lo protegido contra o diabo, que
o levou a cometer o crime pelo qual estava preso. Em 1995, um americano
processou a si mesmo por ter violado sua religião. Pediu US$5 milhões de
indenização. Em 2009, uma americana processou o Google Maps por guiá-la a pé
até uma rua sem calçada, onde acabou atropelada. Em 1992, uma senhora de 79
anos processou o McDonalds por ter se queimado com o café vendido por eles.
Ganhou US$2,8 milhões de indenização.
Essas histórias bizarras mostram como o
homem briga pelos seus direitos. Se esses forem violados, o indivíduo se sente
no “direito” de punir o infrator. Talvez não cometamos “bizarrices” como essas
(pelo menos na nossa avaliação), mas também agimos de forma semelhante no
dia-dia:
Como reagimos quando levamos uma
fechada no trânsito? Quando alguém come o último pedaço de bolo? Quando nossa
ideia é ignorada em uma reunião? Quando alguém trai a nossa confiança? Ou
simplesmente quando somos ignorados por um conhecido na rua?
Mas antes de brigarmos, devemos saber quais
são os nossos direitos. Como responder a famosa pergunta: onde termina o meu
direito e onde começa o do outro? O que a Bíblia diz?
A Bíblia nos
ensina que devemos agir como Cristo, que abriu mão dos Seus direitos:
Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora
sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia
apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se
semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si
mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! (Filipenses 2:5-8)
Jesus abriu mão
dos Seus direitos por aqueles que não tinham direito nenhum.
Dificilmente haverá alguém que morra por um justo; pelo homem
bom talvez alguém tenha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós:
Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores. (Romanos 5:7-8)
Por causa do
que Cristo fez por nós, devemos fazer o mesmo aos outros:
Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente
considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos
seus interesses (direitos), mas também dos interesses (direitos) dos outros.
(Filipenses 2:3-4)
Em I Coríntios,
Paulo exorta cristãos que estavam exigindo seus direitos sobre seus irmãos, mas
como cristãos, deveriam estar dispostos a ceder!
O fato de haver litígios entre vocês já significa uma
completa derrota. Por que não preferem sofrer a injustiça? Por que não preferem
sofrer o prejuízo? Em vez disso vocês mesmos causam injustiças e prejuízos, e
isso contra irmãos! (I Coríntios 6:7-8)
É claro que
existe um equilíbrio. É possível “exigir nosso direito” sem ferir o princípio
bíblico. Em Romanos, Paulo deixa isso claro:
Pois pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém
tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo
contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé
que Deus lhe concedeu. (Romanos 12:3)
Mas então como
saber quando devo ou não exigir meus direitos? Qual é o critério? Voltando para
o texto de Filipenses, descobrimos qual foi o critério de Cristo:
Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome
que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no
céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o
Senhor, para a glória de Deus Pai. (Filipenses 2:9-11)
Jesus abriu mão
dos Seus direitos para que fôssemos salvos por meio dEle, e nisso Deus é
glorificado. Esse é o critério: o que vai fazer com que pessoas reconheçam
Jesus como Salvador e glorifiquem a Deus, exigir ou ceder meus direitos?
O ÚNICO DIREITO PELO
QUAL DEVO LUTAR É O DIREITO DE DEUS SER GLORIFICADO EM CRISTO!
Pr. Ricardo