Na minha adolescência, tínhamos um grupo na igreja bem
envolvido com evangelismo. Volta e meia estávamos planejando meios de
compartilhar o evangelho. Algumas vezes, porém, esses programas exigiam acordar
cedo ou abrir mão de algo que gostávamos. Por isso, na hora de se comprometer,
um dos colegas dizia: “se eu for eu vou”. Ou seja, ele “se comprometia com
compromisso nenhum”, pois indo ou não, ele cumpria sua palavra.
Nós vivemos
uma época em que ninguém gosta de se comprometer. Ninguém quer casar, se tornar
membro de uma igreja ou ser funcionário de ninguém. E se faz um compromisso,
não vê mal nenhum em quebrá-lo. Daí vem o divórcio, a apostasia e o esforço
para ser demitido.
Uma vez,
falando no contexto de salvação, Jesus contou uma parábola que ilustra a falta de
comprometimento:
"O que acham? Havia um homem que tinha dois
filhos. Chegando ao primeiro, disse: ‘Filho, vá trabalhar hoje na vinha’.
"E este respondeu: ‘Não quero! ’ Mas depois mudou
de ideia e foi.
"O pai chegou ao outro filho e disse a mesma
coisa. Ele respondeu: ‘Sim, senhor! ’ Mas não foi.
(Mateus 21:28-30)
(Mateus 21:28-30)
O primeiro
não quis se comprometer, mas depois acabou realizando a vontade do pai. O
segundo se comprometeu, mas não cumpriu sua palavra. Nessa passagem, Jesus
exalta a atitude do primeiro filho, que realizou a vontade do pai. A lição é:
não adianta se comprometer se não vai cumprir.
Alguns,
olhando para essa lição, não querem se comprometer com nada. Eles usam a
justificativa de não dar a palavra, pois depois, por falta de condições, teriam
que voltar atrás. Nesse caso, com quem poderemos contar? Esse também não é o
ideal. O correto é assumir um compromisso e cumpri-lo!
Creio que
isso fica claro no contexto da igreja. Quantas oportunidades de servir nós
perdemos, porque não queremos nos comprometer! Irmãos que não tomam a
iniciativa de assumir um trabalho, porque se aparecer algo “mais importante”,
teria que falhar com a palavra. E usam a desculpa “espiritual” de que é melhor
não assumir algo que não tem certeza se vai conseguir cumprir.
Agora, que
tal assumir um compromisso de ministério, e priorizá-lo para cumpri-lo? Conheço
um homem assim. Ele assume um ministério que requer grandes investimentos
financeiros. E mesmo que ele não consiga levantar fundos para cumprir sua
palavra, ele tira do próprio bolso, para não voltar atrás. Isso não honra mais
a Deus do que aquele que não assume nada, para não ter que sacrificar nada?
A grande
verdade é essa: não queremos nos sacrificar! Não queremos comprometer nosso
tempo de descanso, para que outros ouçam sobre o descanso eterno em Cristo. Não
queremos sacrificar nosso tempo em família, para que outros tenham a
oportunidade de fazer parte da família de Deus.
De fato, não
seria tanto sacrifício se toda igreja se envolvesse no trabalho, pois não
sobrecarregaria ninguém.
Graças a
Deus, pela Sua fidelidade à Seu compromisso (aliança) feita por nós, e cumprida
com o sacrifício do Seu próprio Filho, para nossa salvação, que resulta na Sua
glória!
Deus não é homem para que minta, nem filho de
homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e
deixa de cumprir?
(Números 23:19)
... se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não
pode negar-se a si mesmo.
(I Timóteo 2:13)
Que possamos
refletir Seu compromisso de amor por nós, nos comprometendo em amor pela Sua
causa!
Para
refletir: Você é do tipo que não se compromete com medo de ter que se
sacrificar para cumprir sua palavra? Ou se compromete e volta atrás por
qualquer coisa? Você está compromissado com algum ministério na igreja? Se não,
por que não? É uma boa justificativa à luz da cruz (compromisso sacrificial de
Deus em Cristo)?
Pr. Ricardo
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