Recentemente assisti a uma das atividades de uma igreja pela
televisão. Eles seguiam rigorosamente uma liturgia (programa de culto). As
músicas e as falas eram rigorosamente marcadas. Nada era espontâneo. Eu mudei
de canal quando a câmera focou um dos dirigentes, que demonstrando o seu tédio,
abriu a boca para bocejar!
Nossa
geração não gosta de formalidades e cultos “frios”. O chamado “carismático” é
valorizado em todas as denominações. Um culto ou um pregador que seduz
multidões (esse é o significado de carismático) lota igrejas! Quanto mais
risadas, palmas ou lágrimas, mais “abençoado” é o culto. Eu gosto de
espontaneidade e informalidade. Mas será que isso é uma manifestação de que a
igreja é viva?
Conheço
as suas obras; você tem fama de estar vivo, mas está morto. (Ap 3:1)
A igreja de Sardes,
em Apocalipse, tinha fama de ser viva. Sua fama era para quem? Talvez para a
cidade, ou talvez para as outras igrejas. Nas rodas de conversas, as pessoas
comentavam sobre os cultos animados e os programas daquela igreja. Imagino o
tamanho do grupo de jovens que eles tinham.
Mas essa era a fama
para a sociedade. Para Cristo, que enxerga além do exterior, e que avalia
motivações (Ap 2:23), aquela igreja estava morta. Mas por quê?
“... não achei suas obras perfeitas aos olhos
do meu Deus”. (Ap 3:2)
As obras da igreja
não eram inteiras (íntegras, perfeitas), ou seja, não eram completamente
sinceras, dedicadas totalmente a Deus. Eles dividiam seu amor com Deus e o
mundo. No domingo adoravam a Deus, na segunda adoravam ídolos e os prazeres da
carne!
“Lembre-se,
portanto, do que você recebeu e ouviu; obedeça e arrependa-se”.
(Ap 3:3)
A igreja que
estava morta precisava de um reavivamento. Isso só é possível voltando-se para
a Palavra de Deus. Existem muitas igrejas com fama de vivas, ou avivadas, que
realizam práticas em seus cultos totalmente contrárias às orientações da
Bíblia, como gritaria e bagunça (I Co 14:26-33, 40), falar em línguas estranhas
sem intérpretes (I Co 14:1-25), mulheres na posição de pastoras (I Tm 2:11-15),
líderes desqualificados (I Tm 3 e Tt 1), falta de tratamento ao pecado (I Co
5:1-13) e frouxidão dos padrões de santidade (I Pd 1:16).
Como pode ser uma igreja viva, se
ela vai contra a Palavra? Uma igreja viva é marcada pela obediência à vontade de
Deus e arrependimento (abandono) do pecado.
No
entanto, você tem aí em Sardes uns poucos que não contaminaram as suas
vestes. Eles andarão comigo, vestidos de branco, pois são dignos. (Ap 3:4)
Essa verdade
se torna cada vez mais impopular: a Bíblia, pura e simples. Ela está cada vez
mais sendo desprezada, enquanto métodos de encher igreja estão sendo adotados.
São poucos os que não se contaminaram com os movimentos carismáticos anti-
bíblicos. Mas aqueles que permanecerem firmes receberão a aprovação de Cristo.
A questão não é uma disputa entre o
tradicional e o carismático, mas sim o bíblico e o não bíblico. Pois aquilo que
não procede da Palavra, pode entreter, mas não pode salvar:
O
vencedor será igualmente vestido de branco. Jamais apagarei o seu nome do livro
da vida, mas o reconhecerei diante do meu Pai e dos seus anjos. (Ap 3:5)
Vale lembrar
aqui, que um culto tradicional não é necessariamente o correto. Basta
lembrarmos da igreja de Éfeso (Ap 2:1-7), que apesar da sua seriedade, havia
perdido o amor, e estava tão errada quanto.
O que é uma
igreja viva para você? A que tem um culto marcado pela emoção ou pela pregação
bíblica transformadora e sem hipocrisia? Se a igreja fosse formada por membros
idênticos a você, ela seria viva ou morta?
Pr. Ricardo
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