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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Daniel vs. Teologia da Prosperidade- Lucas Gonçalves



A teologia da prosperidade é algo que tem tomado muito as igrejas brasileiras hoje. Muito se ouve de pregadores afirmando que o cristão será próspero, aquilo que você pisar será seu, a sua vitória tem sabor de mel, e mais diversos jargões que ouvimos de pastores e também da música gospel. O que parece ser pregado é que Deus não passa de um mordomo obrigado a obedecer ao homem.

Muitos dos sermões destes pregadores são baseados em versículos do Velho Testamento, tirados totalmente do contexto e usados da maneira como querem. Mas no Antigo Testamento mesmo encontramos princípios que contradizem essa crença.

A história de Daniel acontece num momento crítico para Judá. O povo estava sendo totalmente infiel à aliança com Deus e como castigo, Nabucodonosor, rei da Babilônia, sitiou Jerusalém e levou cativo todo o povo. Aqui já vemos que Deus é quem está no controle e ordenando a história através do castigo de seu povo. Porém, dentro deste povo infiel vemos que quatro homens são totalmente íntegros. E ao olhar para toda a história pode se dizer que Daniel e seus amigos foram muito prósperos. Tiveram riquezas, eram homens importantes, e da confiança do rei. Só que em quase todos os capítulos eles são colocados a morte. Mas mesmo assim em todos os eventos vemos que as atitudes deles não é  de decretar, ordenar, ou mandar que Deus fizesse alguma coisa.

Um exemplo disso é no capítulo três, onde Nabucodonosor ordena que todos deveriam se prostrar diante da sua estátua quando a música fosse tocada. Quem não fizesse isto seria lançado na fornalha. Os três amigos de Daniel não se prostraram, e por isso foram levados ao rei, que lhes deu mais uma chance de adorarem a imagem; e lhes disse que se não fizessem, seriam jogados na fornalha e nenhum deus poderia livrá-los de suas mãos.

O interessante é a resposta deles nos versículos 16 ao 18. Hernandes Dias Lopes comenta sobre esta resposta desta maneira:

“Os três jovens dizem que Deus pode livrar, mas não dizem que Deus o fará. Eles não decretam nada para Deus. Eles não dizem: ‘Eu não aceito isto’; ‘Eu rejeito aquilo’; ‘Eu repreendo o fogo’; ‘O rei está amarrado’. Eles não determinam o que Deus deve fazer. Nem sempre é da vontade de Deus livrar seus filhos dos padecimentos e da morte.”

Estes jovens tinham a noção de que Deus é quem ordena e determina a história, e não é o homem que dirige a vontade de Deus. No próprio livro de Daniel vemos reis que não reconheceram a soberania de Deus, mas foram arrogantes  (4.30; 5.14), com isso um deles enlouqueceu (4.31-33; 5.30) e outro morreu no mesmo dia. Quando um deles, o rei Nabucodonosor, conseguiu voltar ao seu entendimento, reconheceu que Deus é maior que todos (4.34-37).

A teologia da prosperidade coloca o homem como superior a Deus. E ao olhar para esta história, e muitas outras em toda a Bíblia, percebo que isto é impossível. Somos apenas criaturas de Deus, totalmente corrompidas por nosso pecado. Por isso merecíamos a morte, mas fomos salvos graças ao amor de Deus, enviando seu Filho para morrer em uma cruz e ressuscitar ao terceiro dia. Tudo isso porque Ele é bom e misericordioso, não porque merecemos.

Se ainda pensa que você tem que reivindicar algo que é seu, então reinvidique o inferno, pois é a única coisa que você merecia e foi lhe tirado.

O que devemos mesmo é rogar por misericórdia a um Deus soberano sobre todas as coisas, pedindo que nos conforte diante da sua vontade, e que nos molde diante da Tua Palavra; sendo gratos por tudo, pois não somos merecedores do que recebemos. Somos apenas muito privilegiados por recebermos tudo pela graça e misericórdia de Deus.

Se você procura prosperidade, faça como Daniel: tema ao Senhor independente da circunstância e com certeza será próspero. Ou faça como Paulo disse:

“Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participamos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória. Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada.” (Romanos 8.17,18)

“Se vivemos, vivemos para o Senhor; e, se morremos, morremos para o Senhor. Assim, quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor.” (Rm 14.8)


Lucas Gonçalves

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