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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

QUEM É NOSSO PERPÉTUO SOCORRO?


A “mãe do perpétuo socorro” (que dá nome à nossa cidade) é um quadro pintado por volta do século XV. Diz a “tradição” que foi pintado pelo próprio Lucas, escritor do evangelho. Nele, vemos a imagem dos “arcanjos” Miguel e Daniel, trazendo os instrumentos que simbolizam a paixão de Cristo: a cruz, os pregos, a lança (que o perfurou depois de morto) e a vara com uma esponja ensopada em vinagre. No centro do quadro, Jesus ainda menino, assustado com os anjos e os instrumentos de tortura, agarra-se na mãe, deixando uma de suas sandálias cair. Enquanto isso, Maria o segura firmemente com um olhar de ternura, sendo o refúgio e socorro do pobre menino indefeso.

            Resumindo, o quadro retrata Jesus como um bebê indefeso, e Maria como aquela que tem poder de proteger até mesmo o Salvador do mundo.

            À luz da Bíblia, vamos refletir sobre tudo o que está envolvido na mensagem dessa pintura. Primeiro a adoração ao quadro (sim, o quadro é adorado; basta analisar as procissões, a veneração e os milagres creditados à gravura):

“Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor, sou Deus zeloso...” 
(Ex 20:4-5- 2º. Mandamento).

            Sobre Maria ser a protetora de Jesus, vemos uma oração (cântico) feita por ela mesma no evangelho de Lucas 1:46-48:

"Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, pois atentou para a humildade da sua serva”.

            Nessa oração vemos que ela reconhece que tem um Salvador. Quem precisa ser salvo, não salva ninguém. Em outra ocasião vemos que Maria foi rejeitada pelo próprio Jesus, pois não havia crido em Sua mensagem, mas o achava louco:

“Quando seus familiares ouviram falar disso, saíram para trazê-lo à força, pois diziam:- Ele está fora de si... mandaram alguém chamá-lo... e lhe disseram: "Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e te procuram". "Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?", perguntou ele. Então olhou para os que estavam assentados ao seu redor e disse: "Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe". (Mc 3:21, 33-35).

            A Bíblia também nos mostra que durante a angústia que precedia a morte de Cristo, Ele buscou refúgio no Único que poderia ajudá-Lo, o próprio Deus Pai:

“Ele se afastou a uma pequena distância, ajoelhou-se e começou a orar:- Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua.” (Lc 22:41-42).

            Na verdade, a idolatria desse quadro que exalta Maria, nada mais é do que uma forma de tirar a glória do nosso Salvador Jesus Cristo, e colocá-la sobre ela, uma mulher que foi escolhida pela graça de Deus e não por seus merecimentos. É uma forma de dizer que Maria é maior que Jesus.  O apóstolo Paulo nos mostra que quem está por trás da idolatria é o próprio demônio, que faz de tudo para roubar a glória de Deus:

“Portanto, que eu estou querendo dizer? Será que o sacrifício oferecido a um ídolo é alguma coisa? Ou o ídolo é alguma coisa? Não! Quero dizer que o que os pagãos sacrificam é oferecido aos demônios e não a Deus...” 
(I Co 10:19-20).

            Se alguém tem essa prática, ignora o fato de Jesus ser o único caminho para Deus (Jo 14:6), e busca em Maria esse caminho. Logo, à luz da Bíblia, essa pessoa está perdida e caminha para o inferno.

“Porque Deus tanto amou o mundo que deu seu Filho Unigênito (e não Maria), para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna... Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado...”
 (Jo 3:16,18).

Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos". (Atos 4:11-12)

            Não podemos adorar, venerar, glorificar ou louvar algo ou ninguém no lugar de Cristo, o Único que é digno da nossa adoração, pois é nosso perpétuo socorro!

Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai. (Filipenses 2:9-11)


Pr. Ricardo

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Série- “O que a Bíblia diz?”- AS PESSOAS QUE NÃO TÊM CONDIÇÕES DE OUVIR O EVANGELHO SERÃO SALVAS?


           A Bíblia é clara que somente os que crerem no evangelho serão salvos:

Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.
Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação.
Consequentemente, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo. (Romanos 10:9-10, 17)

         Mas e aquelas pessoas que nunca tiveram a oportunidade de ouvir ou entender o evangelho? Elas são salvas ou condenadas? 
            Existem posições diferentes sobre essa questão. Segue minha opinião baseado no que entendo da Bíblia:

Mentalmente incapazes (crianças, por exemplo)

         A Bíblia não tem nenhum texto claro sobre como Deus julga pessoas mentalmente incapazes. Porém, ela é clara quanto ao caráter de Deus: Bom (Salmos 118:1), Justo (Salmos 11:7), Misericordioso e Amoroso (Salmos 103:8). Baseado no Seu caráter creio que Ele não condenaria pessoas nessa situação.


O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor. (Salmo 103:8)

         Um texto que parece, de forma indireta, apontar para esse lado, é a narrativa sobre a morte do bebê que Davi teve com Bate-Seba. Quando a criança morre, ele diz que seria impossível ela voltar, mas que um dia iria até ela. 

Mas agora que ela morreu, por que deveria jejuar? Poderia eu trazê-la de volta à vida? Eu irei até ela, mas ela não voltará para mim". (II Samuel 12:23)

         Apesar desse texto, creio que o caráter de Deus é o melhor fundamento para crer na salvação de pessoas nessa situação.

Pessoas que nunca ouviram o evangelho (índios isolados, por exemplo)

         Hoje em dia é bem difícil encontrar pessoas que não têm acesso ao evangelho. No passado, e talvez ainda hoje em alguns lugares remotos, poderia existir. Mas a Bíblia diz que diante da criação, todos podem conhecer a Deus:

... pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis... (Romanos 1:19-20)

         Mas saber que Deus existe não é suficiente (cf. Tiago 2:19), é preciso conhecer a necessidade de salvação em Cristo, e isto é revelado apenas na Bíblia. Porém, qualquer um que, tendo concluído que existe um Criador, desejá-Lo conhecê-Lo, Deus se manifestará a essa pessoa. Mais uma vez, conhecendo o Seu caráter, Ele não se esconderá, mas tem prazer em se revelar ao homem.

Cito dois exemplos bíblicos que mostram isso. O primeiro, do etíope que temia a Deus, mas não conhecia o evangelho. Então Deus lhe envia Felipe para pregar:

Um anjo do Senhor disse a Filipe: "Vá para o sul, para a estrada deserta que desce de Jerusalém a Gaza". Ele se levantou e partiu. No caminho encontrou um eunuco etíope... Esse homem viera a Jerusalém para adorar a Deus e, de volta para casa, sentado em sua carruagem, lia o livro do profeta Isaías.
E o Espírito disse a Filipe: "Aproxime-se dessa carruagem e acompanhe-a".
Então Filipe, começando com aquela passagem da Escritura, anunciou-lhe as boas novas de Jesus. Prosseguindo pela estrada, chegaram a um lugar onde havia água. O eunuco disse: "Olhe, aqui há água. Que me impede de ser batizado? " (Atos 8:26-30)

E também vemos o caso de Apolo, que também temia a Deus, mas não conhecia o evangelho. Deus usa Áquila e Priscila para lhe explicar:

Enquanto isso, um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, chegou a Éfeso. Ele era homem culto e tinha grande conhecimento das Escrituras. Fora instruído no caminho do Senhor e com grande fervor falava e ensinava com exatidão acerca de Jesus, embora conhecesse apenas o batismo de João. Logo começou a falar corajosamente na sinagoga. Quando Priscila e Áquila o ouviram, convidaram-no para ir à sua casa e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de Deus. (Atos 18:24-26)

Por isso creio que Deus, pelo Seu caráter, salvará os mentalmente incapazes, e Se revelará aos que O buscarem de coração, não importa onde e nem como.


Pr. Ricardo

terça-feira, 4 de agosto de 2015

História dos Batistas


REFLEXÕES SOBRE A PARTIDA DO “SEU” APARECIDO


Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade. (I João 3:18)

         Exatamente dois anos atrás, um grupo de adolescentes da PIBA (Atibaia) veio passar uma semana em nossa igreja. Dentre as atividades, eles passaram uma tarde no asilo visitando os idosos, limpando e pintando a entrada da casa. Nesse dia eles me apresentaram o “seu” Aparecido. Um senhor de cinquenta e poucos anos, de história sofrida, cego por conta da diabetes, mas crente em Cristo Jesus. Cresceu na roça, perdeu os pais, foi abandonado pela família por causa da fé, chegou a morar na rua, onde foi encontrado desmaiado, e por isso passou a viver no asilo.

A partir de então, comecei a visitá-lo toda semana. Líamos a Bíblia, orávamos e conversávamos sobre Deus. Nos últimos meses a saúde dele piorou. Não andava mais. O violão, que com muita habilidade tocava hinos, deixou de ser usado. Duas semanas atrás, no auge da sua solidão, me pediu para visitá-lo duas vezes por semana, para ter mais dessas conversas edificantes, e não se sentir tão sozinho.

No domingo passado, “seu” Aparecido morreu, de forma serena, deitado na cama, às 15h30. Não acharam meu telefone para me avisar. Ninguém apareceu no seu velório. Foi sepultado apenas na companhia dos coveiros e da freira responsável pelo asilo.

Hoje “seu” Aparecido está curado. Consegue enxergar Aquele que morreu por ele. Não vive mais sozinho, mas está na presença de milhares de anjos e daqueles que morreram em Cristo. Voltou a tocar seu violão, agora com perfeição, louvando na presença dAquele a quem ele louva.

Mas confesso que chorei. Chorei pensando em quanto poderia ter feito mais por ele. Talvez não tenha me empenhado o suficiente para tornar seus últimos dias melhores. Chorei por que como igreja, poderíamos tê-lo tratado como membro de nossa família. Quantos viram os apelos nos boletins: considere em visitá-lo, mas ignoraram, focados em seus próprios afazeres. Alguns oraram, mas não agiram.

Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: "Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se", sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. (Tiago 2:15-17)

Muitos colaboram com doações para o asilo, para clínica e para famílias necessitadas. Mas são poucos que doam seu tempo, sua atenção e seu carinho. É mais fácil “terceirizar” a obra. Mas Jesus não enviou um anjo. Ele veio pessoalmente nos resgatar.

A partida do “seu” Aparecido me fez refletir. Não temos amado as pessoas como aprendemos no evangelho. Jesus não amou apenas de palavra, mas sacrificou-Se por nós! Se queremos amar como Ele nos ama, precisamos nos sacrificar por outros! Não para merecermos Seu amor, mas porque já somos amados sem merecermos.

Ainda existem muitos “Aparecidos” e “Aparecidas” no asilo, no lar de meninos e meninas, no hospital, nas clínicas para dependentes químicos, nas Cristolândias, nas ruas, enfim, em nossa cidade. Como vamos tratá-los? Vamos continuar fingindo não ser nossa responsabilidade amá-los?

Separe um horário da sua semana para conversar com algum velhinho do asilo. Apenas conversar. Vá brincar com as crianças do lar de meninos e meninas. Faça uma visita à Cristolândia, e conheça a história de quem está lá. Trate com simpatia e carinho aqueles que batem na sua porta pedindo ajuda. Sorria para o pedinte na rua. Ofereça ajuda. Assim seremos capazes de conhecer e experimentar o amor de Deus por nós.

Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. "Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? ’
"O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’. (Mateus 25:32-40)


Pr. Ricardo