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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

AYLAN E NOSSA INDIFERENÇA


Algumas situações conseguem acabar com meu dia. Uma delas é ver na internet fotos de crianças sofrendo. Sei que essa é uma forma de conscientizar a sociedade da realidade. Mas ainda não cheguei a uma conclusão se é uma forma correta.

         Nessa semana, uma dessas imagens me comoveu. Não só a mim, mas ao mundo todo. A foto era do corpo Aylan, um menino sírio de 3 anos de idade, que morreu afogado juntamente com seu irmão de 5 anos e sua mãe, no mar Mediterrâneo, quando tentavam chegar à Grécia fugindo do Estado Islâmico, no Oriente Médio.

         Esse tipo de imagem acaba com meu dia por se tratar de uma criança. Creio que qualquer pai “normal” fica chocado com essa imagem. Mas Aylan é “apenas” um entre mais de 2500 refugiados que morreram afogados no Mediterrâneo pelo mesmo motivo. Famílias inteiras estão fugindo da guerra, da pobreza ou do massacre causado pelo Estado Islâmico.

         Infelizmente não para por aí. Os países da Europa, para onde os refugiados fogem, estão avaliando se devem ou não recebê-los! A Hungria instalou uma barreira de arame farpado ao longo dos seus 175 quilometros de fronteira, impedindo os refugiados de entrarem. Em outras palavras, estão fechando as portas para os desesperados, que estão apenas buscando a sobrevivência.

         Não posso ser simplista. Sei que não é fácil abrigar os 350 mil refugiados que chegaram a Europa apenas nesse ano. Mas vejo um sentimento de indiferença no mundo em relação a tudo o que está acontecendo. São poucos os que querem abrir a porta de “sua casa” e oferecer seu conforto para alguém de outra cultura.

         Não precisamos ir longe para descobrir isso. No Brasil também enfrentamos uma crise de imigrantes haitianos que buscam no nosso país melhores condições. Várias cidades estão em estado de emergência por não comportarem mais refugiados. Já foi cogitada a opção de impedir que mais haitianos entrem no país.

         Mas o que isso tudo tem a ver com nossa igreja em Socorro? Tem a ver pois creio que o problema não é geopolítico, mas de valores morais. Não podemos deixar a indiferença tomar conta do nosso coração! Como reagimos quando uma pessoa nos aborda na rua pedindo ajuda? Ficamos bravos? Evitamos? Jogamos a responsabilidade para a prefeitura? Julgamos que aquele individuo está naquela situação por causa das suas decisões erradas? Construímos uma cerca de arame farpado que mantém os necessitados (em qualquer área) longe de nós?

         A Bíblia diz que nos últimos dias a indiferença, fruto do egoísmo, vai crescer a ponto da vida do outro não valer nada:

Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis.
Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se também destes. 
(II Timóteo 3:1-5)

         A raiz desse problema está no fato das pessoas desprezarem Deus, Seu amor e Sua Palavra:

Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. (Romanos 1:28-31)

         Ou seja, se alguém se diz cristão, mas é indiferente ao necessitado, é mentiroso, e não conhece verdadeiramente o amor de Deus. Pois, se tivermos em mente o nosso Salvador, e como Ele nos ajudou em nossa necessidade, dando Sua própria vida, estaremos prontos para oferecer também a nossa em favor de qualquer um.

Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos. Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus?
Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade.
(I João 3:16-18)

         Ao ver alguém passando por qualquer necessidade, lembre-se do corpo de Aylan na praia; lembre-se do corpo de Cristo na cruz, e não fique indiferente!

PS: essa reflexão "arranha" apenas a superfície da complexidade do que realmente tem acontecido na Europa. Depois de terminar esse artigo já vi vídeos de países recebendo muito bem os refugiados, de imigrantes destruindo os países que os "acolhiam" e de refugiados muçulmanos recusando ajuda da cruz vermelha por causa da cruz... Essa reflexão aborda apenas uma faceta do que tem acontecido.

Pr. Ricardo

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