Sempre amei o esporte. Qualquer tipo de esporte. Um dos que mais me atrai é o esporte radical. Por alguns anos, trabalhei como monitor de rapel em um sítio em Atibaia. Rapel é uma técnica onde você desce uma parede, montanha ou um barranco pendurado em uma corda presa à sua cadeirinha.
Mas nem sempre tive essa coragem de esportista radical. Uma vez, o grupo da juventude da nossa igreja foi fazer rapel na Pedra Grande, em Atibaia. Cerca de 50 jovens e adolescentes participaram. Só eu e mais uns dois não tiveram coragem de descer. Passei o dia admirando todos experimentarem aquela adrenalina. Mas eu não confiava nos equipamentos e nem nos monitores. Fui para casa como um admirador de rapel, e não como um praticante.
Alguns anos mais tarde, tive mais uma oportunidade. Resolvi confiar, e desta vez, fiz o rapel. Até hoje não me arrependo. Já experimentei várias emoções e curti lindas paisagens praticando o rapel. Hoje, não sou apenas um admirador do rapel, mas um praticante.
Ás vezes somos admiradores do amor de Cristo. Vamos às igrejas e ficamos “arrepiados” com as pregações bíblicas que falam desse amor. Gostamos dos hinos que exaltam esse atributo divino. Mas apesar disso, nem sempre O experimentamos.
Isso acontece porque nem sempre queremos amar com o amor de Cristo. Interessante que João diz ser impossível conhecer a Deus sem demonstrar amor: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. (I Jo 4:8).
É como dizer que conhece rapel sem nunca tê-lo praticado. Conhece como admirador, mas não como alguém que experimentou, não vivenciou e nem sabe como ele é. No relacionamento com Cristo é assim, O conhecemos quando experimentamos ser como Ele é. Experimentamos esse amor, quando abrimos mão do nosso conforto para dá-lo a outro, mesmo que esse não possa retribuir (I Co 13:4-7).
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